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Crise humanitária

CNBB
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12 Junho 2018

Em março deste ano, o Governo Federal iniciou uma operação liderada pelo Exército para controlar o fluxo de imigrantes venezuelanos que chegam ao Brasil, especialmente no Norte do país.

O objetivo é melhorar os abrigos temporários e ajudar com a documentação para que eles possam encontrar trabalho em cidades maiores.

Em busca de uma vida melhor, estabilidade financeira, serviços de saúde e alimentos, centenas deles fogem da severa crise pela qual passa a Venezuela, tendo como porta de entrada principalmente as cidades de Boa Vista e Pacaraima, em Roraima. Estima-se que cerca de 40 mil venezuelanos já tenham entrado em Boa Vista, o que representa mais de 10% do total de habitantes da cidade.

Pessoas de boa vontade ajudam imigrantes venezuelanos, no Posto da Polícia Federal. Crédito: Felipe Larozza

Apesar de toda a ajuda dada, Roraima passa por uma crise humanitária sem precedentes. Recentemente, por exemplo, a Polícia Federal divulgou que cerca de 90 mil venezuelanos entraram no Brasil entre 2017 e 2018. Metade deles seguiram para países vizinhos em que se fala o espanhol, como a Argentina, mas a grande maioria permanece no Brasil.

O bispo de Roraima, dom Mário Antônio da Silva, explica que por lá o fluxo tem aumentado diariamente, são cerca de 400 venezuelanos que cruzam a fronteira. Ele afirma que com a chegada da Força Tarefa Humanitária, liderada pelo Exército, a situação deu uma melhorada principalmente em relação às estruturas dos abrigos existentes, mas garante que ainda são necessários novos, uma vez que muitos dos imigrantes e refugiados ainda estão nas ruas e praças, principalmente em Pacaraima e na capital, Boa Vista.

A situação ainda é de emergência, apesar das medidas que são tomadas para aliviar a tensão. Dom Mário conta que tem recebido apoio financeiro, doações de alimentos, roupas e materiais de estudo para melhor servir os venezuelanos, mas que tudo foi graças à Campanha de Solidariedade lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em fevereiro. Na ocasião, a entidade conclamou todas as pessoas de boa vontade a ajudar à diocese.

“Com a Campanha de Solidariedade divulgada pela CNBB, após o Conselho Permanente de fevereiro/2018, chegou na conta da Diocese de Roraima o total de R$ 387.390,85 e já investimos em alimentos, roupas, remédios e outras necessidades fundamentais cerca de 30% do montante”, disse. Além dessa iniciativa, em abril, durante a Assembleia Geral da CNBB, os bispos aprovaram que fosse destinado 40% dos recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) para a diocese de Roraima, “a fim de que o serviço fosse prolongado”.

Para dom Mário, a atitude tomada foi uma “ótima alternativa num belíssimo gesto de solidariedade e partilha para amenizar os sofrimentos e necessidades dos imigrantes”. Em breve, ele afirma que com as orientações da presidência da CNBB, a diocese estará elaborando um projeto para o uso dos recursos.

As portas continuam abertas em vista da ajuda humanitária para os imigrantes e refugiados que chegam ao Brasil. A conta da diocese de Roraima, para quem quiser ajudar é:

DIOCESE DE RORAIMA

CNPJ 05.936.794/0001-13

BANCO DO BRASIL

Agência: 2617-4

Conta Corrente: 20.355-6